Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar...
















Só quem está disposto a perder tem o direito de ganhar.
Só o maduro é capaz da renúncia. E só quem renuncia aceita provar o gosto da verdade, seja ela qual for.
O que está sempre por trás dos nossos dramas, desencontros e trambalões existenciais é a representação simbólica ou alegórica do impulso do ser humano para o amadurecimento.
A forma de madurecer é viver. Viver é seguir impulsos até perceber, sentir, saber ou intuir a tendência de equilíbrio que está na raiz deles (impulsos). A pessoa é impelida par a aventura ou peripécia, como forma de se machucar para aprender, de cair para saber levantar-se e aprender a andar. è um determinismo biológico: para amadurecer há que viver( sofrer) as machucadelas da aventura e da peripécia existencial.
A solução de toda situação de impasse só se dá quando uma das partes aceita perder ou aceita renunciar
( e perder ou renunciar não é igual, mas muito parecido; é da mesma natureza). Sem haver quem aceite perder ou renunciar, jamais haverá o encontro com a  verdade de cada relação. E muitas vezes a verdade de cada relação pode estar na impossibilidade, por mais atração que exista. Como pode estar na possibilidade conflitiva, o que é sempre difícil de aceitar.
Só a renúncia no tempo certo devolve as pessoas a elas mesmas e só assim elas amadurecem e se preparam para os verdadeiros encontros do amor, da vida e da morte. Só quem está disposto a perder consegue vitórias legítimas. Amadurecer acaba por se relacionar com a renúncia, não no sentido restrito da palavra (renúncia como abandono), porém no lato (renúncia da onipotência e das formas possessivas de viver).
Viver é renunciar porque viver é optar e optar é renunciar.
Renunciar á onipotência e ás hipóteses de felicidade completa, plenitude etc. é tudo o que se aprende na vida, mas até se descobrir que a vida se constrói aos poucos, sobre os erros, sobre as renúncias, trocando o sonho e as ilusões pela construção do possível e do necessário, o ser humano muito erra e se embaraça, esbarra, agride é agredido.
Eis a felicidade possível: compreender que construir a vida é renunciar a pedaços da felicidade para não renunciar ao sonho da felicidade.

 Arthur da Távola

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